Washington - Para George Bush, dinheiro não é problema. Faltando um ano e meio para as eleições presidenciais, ele já juntou US$ 7,6 milhões para conquistar votos, na campanha mais cara da história dos Estados Unidos. Tem muito mais do que qualquer um dos outros nove candidatos a candidato do Partido Republicano e perde apenas para o vice-presidente Al Gore, do Partido Democrata, que juntou até agora US$ 10 milhões.

Nome tampouco seria um problema para o governador do Texas, também conhecido nos meios políticos como filho do ex-presidente dos EUA, George Bush. Mas passou a ser, depois que Zack Exley investiu US$ 70 e a sua imaginação para liderar uma ofensiva eletrônica contra a sua candidatura.

Amparado pela Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, e sem violar qualquer regra comercial, Exley criou uma página na Internet muito parecida com a do verdadeiro Bush. Mas quem entrar no seu endereço eletrônico (www.gwbush.com), crente que está lendo as palavras e os projetos de um presidenciável, será surpreendido.

Decorada com fotos do governador do Texas e escrita em inglês e espanhol, a página de Exley tem o mesmo formato que a de Bush, cujo endereço é outro (www.georgebush.com), mas está recheada de ironias. Na sua página, por exemplo, Exley (que todos pensam ser o verdadeiro Bush) pede ao eleitor que contribua com idéias para a campanha.

Um dos "projetos" é chamado de "Baby", e custaria US$ 400. "Encontre uma empresa de roupas de esporte ou outra grande corporação, disposta a pagar a educação de um bebe americano, que não teria chances de conseguir os mesmos benefícios sem ajuda", diz o texto. "Em troca, o bebe terá o logotipo da empresa tatuado no corpo ao nascer", acrescenta.

Bush, o verdadeiro, acionou seus advogados contra Exley, que reproduziu a briga na sua página, destacando uma frase do candidato, que assustará muitos eleitores: "É preciso que haja limites à liberdade".

Monica Yanakiew