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Grupo oferece etiquetas da Wal-Mart falsificadas na Web  
Por Associated Press

18h – 16 de abril de 2003  

   

Um grupo de militantes enfurece a gigante varejista Wal-Mart ao oferecer etiquetas de código de barras com preços mais baixos para download.


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LITTLE ROCK, Arkansas – A mesa tecnologia que revolucionou a operação das caixas registradoras – o código de barras – está virando ferramenta anticapitaista nas mãos de ativistas da Internet.

Os militantes despertaram a ira da Wal-Mart, a gigante do varejo, com um website que encoraja os consumidores a atribuírem seus próprios preços aos produtos, colando sobre eles etiquetas com preços mais baixos oferecidos para download.

A Wal-Mart tratou a iniciativa como um casso de roubo e enviou uma carta no último dia 2 a uma das empresas que hospeda o website, Re-code.com. Os operadores do site desabilitaram o link para uma página do site onde os usuários podiam imprimir folhas com uma seleção de códigos de barras adulterados. "Nossos advogados nos aconselharam a remover essas informações por enquanto", disse um dos militantes, que se identifica apenas como Nathan Hactivist e respondeu com um telefonema a um pedido por entrevista feito por e-mail.

O Re-code.com ainda oferece um banco de dados com códigos de barras que podem ser copiados e colados em aplicativos de impressão. Hactivist diz não saber se alguém chegou a usar os códigos. O objetivo o site, declara, é fazer com que as pessoas discutam o modo como os preços são definidos. Segundo ele, a Wal-Mart é um bom alvo por assumir uma postura anti-sindicalista e prejudicar lojas menores com sua política de preços.

Um vídeo bem-humorado no site recomenda que o consumidor use caixas self-service, um fenômeno relativamente recente, para evitar ser descoberto pelo operador. O site também exibe, com destaque, a carta ameaçadora da Wal-Mart.

Hactivist diz morar "no norte do Estado de Nova York", mas se recusou a dar informações mais específicas. O site está registrado em nome de Mike Bonnano em Loudonville, no mesmo Estado. Bonnano disse não estar entre os ativistas responsáveis pelo site, mas manifestou interesse em arriscar ser seu dono legal.

Tom Williams, porta-voz da Wal-Mart, disse que os ladrões já usaram códigos de barras falsos no passado, e que a empresa não quer pessoas usando um website para imprimi-os em etiquetas. Segundo Burt Flickinger, diretor da empresa de consultoria Strategic Resource Group de Nova York, os furtos cometidos por funcionários já são um problema bastante grande para as redes varejistas, e é parte do motivo pelo qual 15 das cem maiores cadeias de lojas dos EUA faliram no último ano.

Bonnano, o responsável pelo registro do website, pertence ao grupo The Yes Men, uma entidade que prega peças nas grandes corporações. Uma das pegadinhas mais conhecidas do grupo foi enviar um membro disfarçado de representante da Organização Mundial de Saúde a um congresso da indústria têxtil na Finlândia, onde ele apresentou uma palestra falsa.

Os códigos de barras foram introduzidos nos supermercados americanos em 1974 e hoje são comuns no mundo todo. Além de acelerar as operações no caixa, o sistema ajuda nos inventários de estoque. As empresas agora tentam trocar os códigos de barras por "etiquetas inteligentes", pequenos chips que podem ser identificados por rádio a curta distância.




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